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Palestra e oficina repercutem o papel dos softwares livres para inclusão digital

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Discutir a relevância do software livre para o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão digital. Este é o tema central de uma palestra e uma oficina a serem ministradas pelo militante do Movimento Software Livre e ativista dos direitos humanos, Lenon Andrade, durante o Acampamento Inclusivo 2002. 

O evento, que acontece entre 27 a 30 de julho e vai contemplar pontos estratégicos do município de Baía da Traição, também vai contar com uma oficina de programação com foco na utilização de softwares livres. 

“A vantagem do software livre já começa pela liberdade que essa categoria proporciona, tanto no armazenamento quanto no compartilhamento do fluxo de conteúdo. Isso acontece porque eles permitem a modificações e aprimoramentos em seu código, contribuindo para a liberdade produção, o remix, o acesso e a disseminação da cultura em geral”, explica o especialista.

 

Segundo Lenon, a criação e o compartilhamento que provêm da inclusão digital e da utilização dessa tecnologia são capazes de gerar e disseminar bens culturais e conhecimento. No caso das Aldeias da Baia da Traição, uma oportunidade que engloba tanto o resgate da cultura quanto o desenvolvimento econômico.

 “Conhecimento proporciona desenvolvimento socioeconômico. Neste caso, o software livre é um meio legal, seguro e com um custo baixíssimo para a aquisição e compartilhamento de conhecimento. Isto só é possível por meio dos dos formatos, que são abertos, e da lógica de relacionamento em que se articulam as comunidades de software livre e os seus usuários”, destacou Lenon. 

O Movimento Software Livre, por exemplo, surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos, e defende que os usuários possam ter a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar a qualidade do software através da modificação de seu código-base.

Na prática, esse tipo de inteligência permite o barateamento do acesso a programas de computador e aplicativos, facilitando o acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs). Porém, dificuldades como a luta contra a colonização digital e a própria falta de conhecimento acaba prejudicando o acesso a esse tipo de tecnologia.

Lenon destaca três grandes entraves para a cultura do software livre no Brasil hoje. “O primeiro entrave é o desconhecimento das alternativas existentes em relação aos softwares comerciais, também conhecidos como “softwares proprietários”. O segundo é o marketing agressivo da indústria de software proprietário que esconde a existência do software livre. Já o terceiro e mais importante é a colonização digital, que se deu desde que se começou a utilizar computadores no Brasil que nos alienou desta outra possibilidade”, finaliza o especialista. 

O Acampamento Inclusivo é promovido pela Associação Nacional para Inclusão Digital (ANID), pela Associação Forte Toré, pela Secretaria de Educação da Baía da Traição e pelo Governo do Estado da Paraíba, com apoio da Prefeitura Municipal da Baía da Traição, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (cgi.br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (nic.br). As inscrições podem ser feitas pelo site do evento.