Notícias

O ‘Império do Meio’ Conquista o Espaço Digital Global

China avança com sua própria “Starlink”, desafiando o domínio de Elon Musk no setor de internet via satélite

A China deu mais um passo em direção à independência tecnológica e ao protagonismo global no espaço digital. Em 5 de dezembro, um foguete Long March 6A lançou mais satélites da rede Qianfan (também chamada SpaceSail), que promete oferecer internet de alta velocidade a qualquer lugar do mundo. Inspirado no modelo Starlink, da SpaceX, o projeto visa criar uma megaconstelação de até 14.000 satélites para competir com a empresa de Elon Musk.

Alternativa à Starlink

Enquanto a Starlink já opera quase 7.000 satélites e busca expandir sua constelação para até 42.000 unidades, a Qianfan traça planos igualmente ambiciosos. Até 2025, espera-se que 648 satélites da rede chinesa estejam em órbita. Inicialmente voltada para conectar regiões rurais da China, a Qianfan também almeja mercados externos, especialmente em países onde a Starlink enfrenta restrições, como Irã e Rússia.

Essa expansão pode atrair nações que buscam alternativas à dominância tecnológica americana, principalmente em regiões como Índia, Turquia e Brasil. Em novembro, a Qianfan firmou parceria com o governo brasileiro, um movimento estratégico que coincide com tensões entre Elon Musk e autoridades brasileiras.

Uma aposta militar e estratégica

Além de seu papel comercial, a Qianfan possui claras implicações militares. A guerra na Ucrânia evidenciou a importância de sistemas como o Starlink, que forneceu conectividade para operações militares ucranianas. A China, reconhecendo a relevância de uma infraestrutura robusta, vê na Qianfan uma ferramenta essencial para modernizar suas forças armadas. A conectividade no campo de batalha, integrando sensores e armas, depende de redes confiáveis e resilientes.

Desafios e potencial

Apesar de ainda estar atrás em tecnologias como foguetes reutilizáveis, que tornam os lançamentos da SpaceX mais baratos, a China aposta em sua capacidade de produção em massa. Com dezenas de startups desenvolvendo tecnologias avançadas, o país trabalha para superar essas limitações. Prototótipos de novos foguetes chineses já demonstram semelhanças com o modelo Starship da SpaceX, indicando esforços para competir de igual para igual.

Conectividade como arma geopolítica

Enquanto a corrida pela supremacia espacial avança, a construção de megaconstelações de satélites se consolida como um pilar estratégico. Seja para fins comerciais, militares ou de soberania digital, projetos como Qianfan mostram que a China está determinada a moldar o futuro do espaço — e da conectividade global.

Fonte: Portal MovimentoPB