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BNDES 10


Provedores regionais de Internet terão acesso à crédito a partir de R$ 1 milhão

Ricardo Costa, do BNDES, anunciou para final de maio ou início de junho o lançamento do projeto piloto BNDES 10, um financiamento direto que pode variar entre R$ 1 a 10 milhões, com dispensa de garantia, adequado para provedores regionais de Internet cujo faturamento gira em torno de R$ 3 milhões. Como é um piloto, o nome pode mudar, mar as características são estas. Não é um capital de giro, não tem a obrigatoriedade de compra de produto nacional e as taxas são menores, comparando-se às de mercado. A informação foi dada no Road Show Infraestrutura da Internet realizado em João Pessoa, pela Anid.

O BNDES 10 é resultado de uma demanda antiga de provedores regionais que não se adequavam às faixas de faturamento comumente exigidas pelo banco – acima de R$ 50 milhões. Segundo o palestrante Ricardo Costa, analista de sistemas da equipe do BNDES para segmentos como o de banda larga, outra inovação desse produto é o prazo mais curto de consolidação do crédito (entre a aprovação e a disposição do dinheiro).

“Considerando a capacidade atual de informatização do BNDES, no mínimo três meses. A agilidade das operações dependem de sistemas de computação, para diminuir todos os trâmites da operação e ter maior controle. Ampliando essa capacidade, nosso objetivo é gerar em 10 dias”, falou Costa.

O esforço do banco está em conformidade com os sinais vindos do mercado. De acordo com a Anatel, o mercado de anda larga cresceu 7,15% em 2017; entre janeiro e dezembro, foram adicionados 1,91 milhão de novos contratos de banda larga fixa no país. Os provedores regionais foram responsáveis por 1,28 milhão de novos contratos nesse período.

“Se está havendo inclusão digital no Brasil, é por causa dos provedores regionais – afirma Percival Henrique, presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid). Esses empresários enfrentam as fortes cargas tributárias, taxas, exigências de licenciamento; precisam estar endereçados nas instituições técnicas internacionais da Internet e ainda por cima fazer investimentos para expandir o atendimento. Incrivelmente, eles conseguem superar tudo e ainda crescer. É por causa dessas redes que as famílias no interior do Brasil, ou nas periferias dos grandes centros urbanos estão usufruindo plenamente da Internet banda larga. ”

Produto adaptado à realidade dos provedores

Atualmente, a maioria dos provedores regionais encontram possibilidades de crédito no cartão BNDES, um apoio indireto que executado através dos bancos conveniados. O cartão aplica um juro menor que o praticado no mercado (1,4%, em abril/2018) e é garantido pelo agente financeiro ao qual estiver vinculado, o que incide outras taxas sobre as operações.

Outa modalidade de crédito é o BNDES Giro, que exige um faturamento de R$ 50 milhões para operação mínima de R$ 10 milhões, além da necessidade de demonstrações financeiras auditadas, apresentação de algum tipo de garantia. Nesse produto, o BNDES inovou, dispensando a exigência restrito à compra de produtos nacionais.

“Uma das restrições das operações do BNDES era a exigência de aquisição de bens e equipamentos nacionais, o que causava problemas, inclusive para provedores que tinham capacidade para esse tipo de operação. Os provedores apresentavam projetos contendo planos para aquisição de equipamentos importados. No BNDES Giro o banco não audita para onde o dinheiro está sendo destinado. É a forma de livrar a necessidade que comprovação da aquisição de equipamento nacional”, explica Ricardo Costa.

Também aceita como garantia o fluxo de recebíveis dos provedores. Quanto que os clientes da empresa vão pagar por mês? Essa será a margem segura – conforme o perfil da empresa.

“Com o BNDES 10 – continua Costa – o banco está trabalhando para aplicar as características do BNDES Giro a um produto que seja adequado a provedores com um faturamento menor, em torno de R$ 3 milhões. Serão apoios variáveis entre R$ 1 a 10 milhões. Nesse piloto, entraremos em contato com os provedores interessados para finalizar o produto e apresentá-lo a partir do próximo ano, atendendo os provedores de maneira mais ampla.”